Já o Sirius acelera elétrons próximo à velocidade da luz, numa via na qual todos caminham numa mesma direção sem um trombar no outro, e até uma energia fixa de 3 giga elétron-volt (GeV). O LHC, por sua vez, pode dar energia máxima de 7 mil GeV.
Sempre que os elétrons são desviados pelos campos magnéticos e forçados a fazerem uma curva, isto é, sempre que sofrem uma aceleração centrípeta, eles emitem radiação eletromagnética. Essa radiação eletromagnética é a chamada luz síncrotron.
Eles são uma sequência de ímãs que realizam zigue-zagues nos elétrons durante a curva e que colaboram para que a luz produzida seja 10 mil vezes mais intensa do que a gerada no UVX, o primeiro aparelho de luz síncroton do país, inaugurado na década de 1990 e que foi desativado para dar lugar ao Sirius.
Sirius, a nova fonte de luz síncrotron brasileira, é a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no País. Este equipamento de grande porte usa aceleradores de partículas para produzir um tipo especial de luz, chamada, luz síncrotron.
A luz sincrotron oferece uma enorme variedade de formas de enxergar, em detalhe, as interações dos elétrons entre si e com a luz, as ligações entre elementos químicos e suas interações com outras substâncias.
A luz síncrotron é uma radiação eletromagnética que pode ser usada para a observação das estruturas internas dos materiais, como átomos e ligações químicas.
Das 38 linhas do Sirius, sete serão dedicadas exclusivamente ao estudo da biologia molecular. E será possível pesquisar materiais tão diversos como células humanas e rochas de poços de petróleo a novas tecnologias de energia renovável, máquinas industriais e até novos telescópios e receptores de radiação cósmica.
O projeto, liderado pelo físico Antonio José Roque da Silva, tem custo estimado de R$ 650 milhões e será patrocinado pelo Governo Federal, com apoio de empresas privadas que também desejem fazer uso das futuras instalações do Sirius.
Um dos maiores desafios do Sirius é a sua estabilidade dimensional, térmica e vibracional. Por isso, o prédio de 68 mil metros quadrados que abrigará os aceleradores de elétrons e as estações experimentais estará entre as obras civis mais sofisticadas já construídas no Brasil.
Além dos dipolos, o Sirius tem ainda um conjunto adicional de ímãs chamados “onduladores”.
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