Os índios Krahô que vivem na reserva nacional no nordeste do estado do Tocantins denunciaram ontem ao Ministério Publico Federal que a expansão do agronegócio tem provocado à contaminação por agrotóxico dos rios e córregos que banham a reserva.
As primeiras disputas de terra se deram ainda no século 16 entre indígenas e portugueses. Desde então, a questão indígena tem sido acompanhada por uma série de complexidades, e os conflitos no campo se mantêm inclusive com alguns setores do agronegócio atualmente. Mas há possibilidades de haver pontos em comum.
Por exemplo: muitos córregos que estão em territórios de comunidades que dependem de fontes das nascentes que estão nas fazendas, muitas vezes essas nascentes estão a serviço do agronegócio e acabam refletindo na diminuição ou na escassez de água desses territórios.
Em torno de 15 a 20 mil garimpeiros ilegais atuam na Terra Indígena Yanomami. Isto é uma tragédia com tudo o que acarreta de envenenamento dos rios, poluição e desmatamento”, enfatiza Prezia, ativista da causa indígena desde 1983.
Desde o início da pandemia, os povos indígenas estão se organizando para se proteger não apenas da covid-19, mas também de invasores que exploram ilegalmente suas terras em atividades econômicas ilegais como o garimpo e espalham o vírus em seus territórios.
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Discriminação, violência, pobreza e pouco acesso a serviços básicos continuam sendo problemas comuns para as comunidades indígenas na América Latina e no mundo, disse à Agência Efe o relator especial para os Direitos e Liberdades Fundamentais dos Povos Indígenas da ONU, James Anaya.
Os indígenas urbanos reconhece como maior pólo de conflito a Região Centro-Oeste (34%), com destaque para o Mato Grosso do Sul (22%), enquanto a maior parte da população brasileira em geral, acredita que os conflitos estão mais presentes na Região Norte 37%, sobretudo no Amazonas e Pará (12%, ambos os Estados).
Segundo a Funai, a União tem o poder de estabelecer em qualquer área nacional, áreas que sejam destinadas aos povos indígenas. Atualmente, há no Brasil 35 reservas indígenas regularizadas e 15 encaminhadas para regularização.
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a atual população indígena do Brasil é de aproximadamente 818.000 indivíduos, representando 0,4% da população brasileira. Vivendo em aldeias somam 503.000 indígenas.
Terras indígenas, sem sombra de dúvidas, mantém maior cobertura florestal que o agronegócio e, por consequência, maior retenção de umidade no solo com impacto regional sobre o ciclo regular das chuvas. Portanto, a presença de terras indígenas nos territórios, beneficia a produção agropecuária.
Os resultados demonstram que a perda do território tradicional para o agronegócio, ou seja, a questão fundiária, é determinante para a ocorrência de problemas ambientais (desmatamento, escassez hídrica, uso de agrotóxicos, perturbação à fauna e à flora), o que altera profundamente os hábitos e o cotidiano dos ...
Os debatedores ressaltaram que uma das populações mais afetadas pelos problemas de saúde são os índios, que também veem a subsistência ameaçada, porque o desmatamento e as queimadas diminuem a oferta de caça e pesca.
O processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja por meio das guerras, seja em consequência do contágio por doenças trazidas dos países distantes como a gripe, o sarampo e a varíola, que vitimaram, muitas vezes, sociedades indígenas inteiras, em razão dos ...
Os conflitos no campo brasileiro têm como causa principal a concentração de terras. Grande parte dos conflitos no campo brasileiro decorrem da má distribuição de terras, em que poucos detêm grandes extensões de terras enquanto muitos detêm pouca terra.
Portanto, mais do que simplesmente a área de moradia direta, as terras indígenas devem envolver todo o espaço usado pelos índios para garantir sua sobrevivência, incluindo áreas de caça e extrativismo.
Os índios lutaram e conquistaram o direito de viver como querem. Conquistaram o direito de ter suas terras protegidas, com as florestas, os rios e as caças para se alimentarem. Esse direito ficou escrito na maior lei do Brasil que é a Constituição Federal de 1988.
Atualmente, existem cerca de 800 mil indígenas habitando o território brasileiro. Atualmente, a população de índios no Brasil é de mais de 800 mil, que fazem parte de uma grande diversidade de etnias.
Modos de Vida. A maioria dos povos indígenas vive completamente das florestas, através de uma mistura de caça, coleta e pesca. Eles cultivam plantas que utilizam como alimentos e medicamentos, e também usam a vegetação para construir casas e fazer objetos do cotidiano. Nós índios somos como plantas.
"Quanto à questão da saúde, o governo brasileiro trata os indígenas como subcidadãos. A saúde indígena está na mão de ONGs, quer dizer, é uma ONG que contrata médicos, enfermeiros e assistentes. Na educação, as escolas estão precárias e os professores indígenas recebem muito mal.
O Brasil tem uma extensão territorial de 851.196.500 hectares, ou seja, 8.511.965 km2. As terras indígenas (TIs) somam 726 áreas, ocupando uma extensão total de 117.377.553 hectares (1.173.776 km2). Assim, 13.8% das terras do país são reservados aos povos indígenas.
Com o tempo, o crescimento populacional indígena e a expansão das cidades e das atividades agropecuárias contribuíram para as brigas por terra ficarem mais acirradas. O último confronto aconteceu na fazenda Ivu, em Caarapó, no sudoeste do estado, onde um índio morreu e outros seis ficaram feridos na terça-feira (14).
Por trás disso, estão presentes os interesses de uma bancada ruralista, comprometida com a posse do maior número de terras, com a exploração dessas terras e com a defesa dos interesses de grandes fazendeiros do agronegócio”. Segundo Buzatto, isso vem contribuindo para o enfraquecimento das políticas indigenistas.
Este cenário tem se agravado diante da morosidade na demarcação das terras indígenas, aliado à crescente judicialização e, em muitos casos, à anulação de atos administrativos de demarcação por parte do Poder Judiciário e, por fim, com as propostas de alteração constitucional em curso no Congresso Nacional que, se ...
O racismo estrutural e o preconceito em relação a população indígena. A disparidade racial no Brasil é uma realidade muito preocupante, e que, em seus diversos moldes nos mostra que a sociedade contemporânea reproduz e convive com a naturalização do preconceito de maneira patológica e estrutural.
A população indígena é vítima de um apagamento histórico dos seus valores culturais, da violência contra seus povos e da dificuldade de acesso aos seus direitos, assegurados por lei.
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