Para Keynes, ao contrário da ortodoxia convencional, a poupança não é um pré-requisito para o investimento e o crescimento econômico, mas justamente o oposto. ... É preciso ter o crescimento e o aumento do investimento como objetivos de política econômica e criar um ambiente favorável para o investimento privado.
A poupança é estritamente residual e involuntária. Portanto a poupança, ao contrário do investimento, não constitui um ato de decisão. ... A relação entre poupança e investimento não pode ser vista como uma relação de equilíbrio entre oferta e demanda de recursos líquidos para investir no mercado de crédito.
A diferença, essencialmente, está na natureza do objetivo. A diferença básica entre poupar e investir é que a poupança pressupõe que você vai usar todo o dinheiro aplicado – não só os rendimentos, mas também o principal. ... Já o investimento tem o objetivo de gerar uma renda no futuro.
O multiplicador keynesiano, em negrito, multiplica o gasto autônomo mais o investimento, determinando a renda. O aumento do gasto autônomo através do investimento provoca tanto um aumento na demanda agregada como uma elevação da renda através da propensão a consumir.
A conclusão é que a poupança é importante para o crescimento menos pelo seu impacto na acumulação de capital fixo, e mais porque, ao atrair o IED, favorece a inovação.
Por essa linha de raciocínio, quanto mais alta a taxa de poupança, maior será o investimento e, consequentemente, maior o crescimento econômico. ... A análise mostrou que aumentos na taxa de poupança induzem, alguns anos à frente, à elevação do IED e da produtividade e, consequentemente, do crescimento.