A dúvida filosófica propriamente dita surge de uma necessidade inquietante de explicação racional para algo da existência humana que se tornou incompreensível ou cuja compreensão existente não satisfaz. Geralmente são temas para os quais não há resposta única ou para os quais a mente humana sempre retorna.
A dúvida é uma condição psicológica ou sentimento caracterizado pela ausência de certeza, convicção quanto a uma ideia, fato, ação, asserção ou decisão.
Nem todo tipo de dúvida é filosófica porque não é dotada de senso crítico para analisar algum fato. Nesta perspectiva, a Filosofia é vista como uma ciência humana que usa a racionalidade (razão) para questionar a nós mesmos e todas as coisas do mundo em que vivemos.
Por que a dúvida filosófica propicia um exercício fecundo da razão? Porque nela se adota - para início de conversa- a suspensão do juízo: assim se denomina a interrupção temporária do fluxo normal de ideias prontas que uma pessoa possui sobre determinado assunto.
Tem mais depois da publicidade ;) Descartes utiliza-se do mesmo método daqueles céticos que não acredita que o mundo possa ser conhecido. Assim, ele duvida de tudo o que é possível duvidar (do corpo, das pessoas, de Deus, de si mesmo, do mundo, etc.) até que chega um momento em que a dúvida cessa.
Desse modo, o papel da dúvida é abrir caminho para que o pensamento possa partir livremente de si mesmo e é isso mesmo que o faz absoluto, independente, na medida que se coloca como polo de verdade do saber a partir do critério de clareza e distinção, ou seja, a evidência interior na consciência.
Analise as principais características da duvida filosófica, buscando justificar a seguinte afirmação “Nem todo tipo de duvida é filosófico”. R= É nos momentos críticos de quebra e estranhamento que costumam surgir dúvidas sobre temas fundamentais e permanentes da existência humana, dos quais trata a filosofia.
A duvida filosófica tem o objetivo de alcançar a verdade, a essência. Ela é lógica ou coerente como raciocínio, é um instrumento para o fazer filosofia e não uma manifestação afetiva. Outras duvidas, de natureza psicológica, não tem essas características.
O verbo duvidar tem mais do que uma regência. É regido da preposição de sempre que se lhe segue um substantivo ou um pronome: duvidar das notícias, duvidar do ministro, duvidar de alguém, duvidar de si, duvidar de todos, etc. Não é regido de preposição, quando introduz uma oração integrante ou completiva: duvido que ele venha, ...
A filosofia da dúvida não pode ser separada da ciência . A partir da segunda metade do século XIX surge outro grande movimento que promete a vitória sobre a dúvida e os dilemas humanos: a ciência. A confiança positivista no conhecimento científico logo se torna uma espécie de fé.
Dessa forma, uma vez alcançada a verdade, a dúvida é cancelada (dando lugar a mais perguntas). No entanto, é com o trabalho de Platão que o mundo das ideias ultrapassa a dimensão prática . Todo o trabalho de Platão, discípulo de Sócrates, é dirigido à demonstração do valor supremo da verdade. O mundo das ideias absolutas determina tudo.
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