A grande maioria dos profissionais (72%) admite que o doente mental tem condição para o trabalho, mas com restrições. Mais uma vez, veladamente, os profissionais atribuem capacidade ao doente mental, agora para o trabalho, no entanto, este é mencionado apenas como ocupacional, artesanal e sem qualificação.
Foi a reforma psiquiátrica (Lei 10.216, de 2001), que teve como marca registrada o fechamento gradual de manicômios e hospícios que proliferavam país afora. A Lei Antimanicomial, que promoveu a reforma, tem como diretriz principal a internação do paciente somente se o tratamento fora do hospital se mostrar ineficaz.
Na antigüidade pré-clássica, as doenças eram explicadas como resultantes da ação sobrenatural; a partir de 600 a.C., os filósofos gregos trouxeram a idéia organicista da loucura e até o começo da Idade Média o tratamento dispensado era de apoio e conforto aos doentes mentais.
Os tratamentos utilizados nos manicômios do século XIX incluíam o coma induzido e a lobotomia, por exemplo. Foi somente na primeira metade do século XXque essa situação começou a mudar, com o advento da psicofarmacologia.
Os medicamentos específicos para doenças mentais revolucionaram os tratamentos, sendo um fator determinante na diminuição de manicômios no mundo todo. Nasceu a possibilidade de o paciente receber um tratamento psiquiátrico por tempo limitado, em vez de permanecer em uma instituição a vida toda.
Só em 1990 ele foi excluído da lista de distúrbios mentais. “Em linhas gerais, podemos dizer que tudo aquilo que foge dos padrões mais aceitos dentro de uma sociedade é considerado loucura”, explica a médica Maria Tavares Cavalcanti, diretora do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Grande parte dos estudos sugere que, para transtornos de saúde mental importantes, uma abordagem terapêutica que contemple tanto medicamentos como psicoterapia é mais eficaz do que qualquer um dos métodos de tratamento utilizados isoladamente. Os psiquiatras não são os únicos profissionais de saúde mental preparados para tratar a doença mental.
Contudo, o internamento permanente dos pacientes continuou sendo praticado; mesmo com tratamentos, o estigma do termo “doente” seguia afastando essas pessoas de suas famílias e indicava algo tão perigoso quanto “louco”. Os tratamentos utilizados nos manicômios do século XIX incluíam o coma induzido e a lobotomia, por exemplo.
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